CAPPUCCINO

Humor, Esporte, Informação e Novidades

A cinza das horas - um ensaio.

Postado por Marlon Marques. 31 de dezembro de 2010

por Marlon Marques.





















































Finda mais um ano. Com o fim, o começo de novas utopias – de novas esperanças, de novos momentos eternos. Os dias se esvão – um a um – na cinza das horas. Nós, somos meras nuvens num céu azul qualquer. Somos coadjuvantes de um espetáculo chamado natureza – já que na vida estamos buscando o papel principal.

O que queremos desse novo ano? O que queremos de nossas vidas? O que buscamos para eternidade?

Não nos basta apenas existir – ficar vagando pela história, somando-se aos demais 6 bilhões do planeta. É preciso ousar. Viva a audácia! É preciso mais. É necessário amar a vida como se ela fosse o último fio a quem pudéssemos nos agarrar. É necessário querer a vida como se essa fosse à última chance – a última vez. Mas não, o que temos são apenas promessas. De que seremos mais saudáveis, mais bonitos e mais generosos. De que daremos abraços e beijos em nossos pais – e não nos esqueceremos das datas importantes ao menos para os nossos cônjuges. Iremos guardar mais dinheiro, consumir menos e ir menos ao fast-food. Sim, esse ano irei emagrecer 10 quilos.

Mas o que fazer se as flores estão mortas agora? O que fazer se os sonhos se foram todos em uma única noite? Correr, para onde – para quê? Os automóveis correm, as pessoas correm, o ônibus entra todos os dias na mesma avenida – e nunca chegam a lugar algum. Mas estouremos nossos champagnes – brindemos ao início de uma nova década, brindemos a chegada do futuro. 2011 é o ano que precede o fim – portanto vamos abusar da vida.

O que eu desejo para vocês nesse ano novo? – simples! Desejo que vocês continuem roubando o dinheiro público. Desejo que vocês continuem comprando sofás de penas de ganso, desejo que seus cafés-da-manhã sejam repletos de conservantes e patês caros de supermercados americanos. Desejo mais botox. Desejo mais celulares da moda, mais peles e colares de pérolas polinésias, mais auto-ajuda e mais televisão – desejo mais dióxido de carbono. Agora que as flores morreram novamente, que o amor se esfriou e que o mundo vai acabar – me pergunte o que quero para o novo ano?





















______________________________________

Ensaio fotográfico e texto de Marlon Marques.


0 comentários

Postar um comentário

Seguidores

Twitter