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Do infinito da dimensão onírica do ser.

Postado por Marlon Marques. 8 de março de 2011

por Marlon Marques.





















Com as palavras ela não têm tanta intimidade. Seja a palavra dita ou escrita, sua personalidade se retrai toda vez que precisa usar desses expedientes. Por trás de um rosto franco e camisas xadrez, esconde-se uma grande artista. Porém no fundo da sala como vão notá-la? É preciso uma enorme janela disfarçada de oportunidade para que o mundo possa conhecer um talento há tempos desperdiçado. Eis então que da mesma mão tão tímida com as palavras, surgem figuras de sonho. Um sonho de um universo particular mas que se revela próximo das fantasias de cada um de nós. Desenhos que revelam sensibilidade e até uma certa dose de infantilismo – uma boa medida de nostalgia, nos remetendo a tempos passados há tempos, mas que retidos em mentes férteis se convertem em libelos visuais. Seja color ou preto e branco – os nossos sonhos têm a cor que damos a eles. São regados de pureza de um mundo paralelo onde não existe tristeza, dor ou obrigações. Onde todos são livres e ao invés de trabalhos e provas só há brincadeiras e doces. Esse é o mundo para onde eu gosto de fugir quando me acomete a decepção. Há a vida! – como ela poderia ser como pensamos. Mas porque o mundo insiste em ser um lugar real? Como alternativa a uma realidade injusta e ruim – criamos para nós utopias de felicidade, sonhos e universos coloridos – verdadeiras cidades com rios de chocolate, fontes de Fanta uva e muros e bancos feitos de caramelo e marshmallow. Nesse mundo o papai Noel não é um mafioso – não vende os presentes das crianças. Ele simplesmente pode ser qualquer um, ou apenas uma ilusão coletiva que faz com que a magia não se perca nas vaidades humanas. Em nosso mundo – cheio de pássaros de dobradura e lamparinas de papel crepom, nossas vidas não possuem preço. Não somos mercadoria, não há mercadorias! Nossas mentes e corações não podem ser controlados e medidos por valores monetários. Somos mais do que isso. Seu Credicard não vale nada para mim. Em “O homem e seus vícios” – será que somos controlados por nossos sentidos? Será que somos apenas “boca”, “nariz” e “olhos”? Vendemos nossos corações e mentes para os publicitários – e como escravos do consumo, dos prazeres e dos vícios, nos tornamos frios. É essa frieza que não nos faz ver o mundo com as cores do sonho. Os adultos alienados pelo trabalho e pelos vícios, matam o que resta da criança interior dentro deles, e vivem assim, depressivos, angustiados, cabisbaixos. É sublime a forma como o algodão doce foi inventado. Humberto Gessinger da banda Engenheiros do Hawaii, cantou em “Somos quem podemos ser”: “um dia me disseram, que as nuvens não eram de algodão”. Esse é o maior exemplo de adultização das pessoas – mesmo os jovens, logo completam 16 anos, já precisam namorar sério, ter um emprego, fazer um curso técnico, ter uma profissão. Ninguém mais se preocupa em viver, sorrir, sonhar. O amor virou uma piada de mau gosto. Os dias ficaram sombrios e cinzas. As nuvens são o material do algodão doce, mas ninguém vê isso. E não é iludir uma criança, mas sim iniciá-la no mundo dos devaneios, onde com um pouco de sorte – a chuva ao passar pelo arco-íris vira refresco de diversos sabores. Isso é magia! E a magia não pode se perder pelas responsabilidades (ou falta delas) dos adultos. Veja na não-face das crianças a felicidade (mesmo sem expressão), veja como a menininha acena pedindo o doce – isso é o traço sublime que se perde com o crescer. O olhar do palhaço é de alegria. Com as mãos e algumas tiras de pano e uma bola vermelha, se faz um palhaço. Um símbolo de felicidade – um “bom selvagem” – um homem que apenas quis escapar de ter uma alma miserável. Tão miserável para compreender “que a estrada vai além do que se vê”. O que você olha não é o que você vê. Seu cadáver é você amanhã. Seu esqueleto é menos vazio do que você em vida – um gordo e sedentário que só pensa em ser feliz (será?). Os sonhos têm preço? Você colocaria seus sonhos a venda? Os velhinhos vendem sonhos no centro da cidade. Trabalham com placas sob seus corpos anunciando sonhos a preços acessíveis. O homem vende sonhos e se vende ao mesmo tempo por um salário, mas insuficiente para comprar sonhos. O que ele daria para estar ali – correndo livre por verdes planícies, brincando sem tempo com uma pipa dançando num céu azul com nuvens de algodão? O que eu daria? O que você daria? Sonhos não envelhecem. Sonhos não morrem. E acredite com a fé que nunca teve, que no dia que parar de sonhar, saiba que estará morto mesmo em vida – pois “não adianta o homem ganhar o mundo se ele perder sua alma”.
























































6 comentários

  1. Não há dúvidas que a Taw é uma artista que com a simplicidade de uma criança transforma o nosso mundo aparentemente complexo em algo poético, sensível e com um toque de nostalgia.
    Queria por um dia enxergar à minha volta pelos olhos da Taw.

    Créditos ao Marlon que me apresentou uma pessoa que eu já "conhecia" a dois anos.

    Saudações à todos!

     
  2. Eii Says:
  3. Muito bom o texto e, Charles nao precisava desvendar nossa artista, posha e se quisesse permanecer no anonimato? rs

     
  4. Desculpa aí Eii(Valéria)rsrs... =X foi mal, revelei sua identidade secreta tbm...shaushauh

     
  5. Tawane Says:
  6. "E quando você sente que sua vida não vale a pena,você tem que se erguer, e dar uma olhada em volta, olhar em direção ao céu
    e quando seus sentimentos mais profundos estão quebrados continue sonhando garoto, pois quando você para de sonhar é hora de morrer"
    Shannon Hoon

    Grande Marlon! Amei o texto, vc teve uma grande visão sobre os desenhos, foi além!
    Obrigada Marlon!
    Obrigada Champs!(revelador)
    e Obrigada Valéria!rs

     
  7. KAPSOAKSOAKOp..
    vc eh cheio de revelar s identidades secretas =/

    Taw, vc sabe qe é qrida :D

     
  8. Não sei pq a Taw fez automação, sério. Deveria fazer algo relacionado à arte. Vem comigo! kkk ;*

     

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