Por Valéria Rezende
Era um dia chuvoso, a casa estava cheia e os pensamentos penetrantes. A vida passava de leve e a imensidão de palavras se desprendia aos poucos.
Fim de ano sempre foi assim. O início e o fim se encontrando outra vez. A alegria, o sonho e a satisfação.
O céu vestia um tom nublado e o som era de gotinhas finas que iam se movendo aos poucos, sem querer. A luz parecia um pouco fraca e distante, a maior parte do tempo era de idealização.
As cores e as letras faziam todo pano de fundo, feito papel de parede pra chamar atenção. A alegria, não se sabe da onde, estava vindo, mas soava em ritmo calmo e paciente, como num filme de romance.
Só se sabe que algo existia, que algo maravilhoso estava por vir. O som de agora é um pouco agudo, um timbre distante entoado numa canção de ninar.
O que resta são os arrepios de frio, as lágrimas da noite e coisas profundas que só cabem num pensamento.
A maioria de nós pode chamar isso de tolice, um contentamento inconstante. Uma imaginação iludida que mente enquanto seduz...
Talvez o lugar colorido e sonhador nunca existiu, mas esse é o novo mundo do que se faz parte, seja num futuro próximo, seja numa realidade além do agora.
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