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Mocinho ou vilão?

Postado por Talita Magalhães Ventura 1 de maio de 2012

Por Talita Magalhães Esses dias fui à estreia de um Blockbuster, Os Vingadores. Tenho que admitir que não é o filme com o melhor roteiro que já vi, mas os personagens são mais fortes que a história em si, e aqueles efeitos maravilhosos em 3D sempre me conquistam. Disfarçando o furo no roteiro de como Thor chegou a Terra com a ponte de Asgard destruída, o filme foi muito bom. O cinema estava vazio por ser a primeira sessão do dia e o filme ser legendado. Não sou fã de filmes dublados e tenho o estranho fetiche egoísta de preferir o cinema vazio. Não sou a única, acredito. Fazia tempo que eu não assistia a um filme ao estilo mocinho versus vilão, na mais clássica jornada do herói. Tenho que admitir que gosto desse lado da indústria do espetáculo: mocinhos bonitos, ou no mínimo simpáticos, e um vilão de humor. Mas não vou escrever sobre o filme, corro o risco de contar o final e apanhar por isso como ocorreu com um conhecido meu. Apesar da tecnologia, o espetáculo e tudo mais, o filme me deixou em situação nostálgica. Lembrei de uma professora (a que eu mais admiro) que na aula sobre esse estilo de filme, com mocinho e vilão, comentou que qualquer criança ou pessoa que prefere o vilão tem sérios problemas mentais e psicológicos. Afinal é isso que os vilões representam. Discordei no mesmo instante, embora não levantei essa questão, pois os 60 alunos da sala concordavam com ela. Não concordei não só pelo fato de ser fã de grande parte dos vilões e anti-heróis, mas por acreditar que por mais fantásticos que sejam os filmes com os melhores vilões, esse personagem representa melhor qualquer pessoa do mundo. Afinal, o produto da ficção são os heróis. Não existem mocinhos no mundo. Excluo os bombeiros e alguns médicos em parte apenas. Olho a minha volta todo dia, vejo as pessoas sempre egoístas sem admitir que são, sempre querendo ser mais que as outras, a lutar pelo poder, o famoso “o problema não é meu”. Elas riem, ignoram, fingem se importar, se matam, acreditam que sabem oque fazem, buscam uma liberdade que nem sabem definir, buscam uma felicidade que nem acreditam que exista. As pessoas são obsessivas, possessivas, e julgadoras. Como foi citado em Apocalypse Now: o pior erro humano é o julgamento. Finjo que, no filme exemplo com certeza gostaria de tirar uma foto tosca de fã com o Capitão América, ou com o Thor (os galãs heróis), mas de fato preferia ter no meu álbum adolescente uma foto com o Loki. Apenas. Ao lado da fotos dos outros vilões, que encheriam esse post até a barrinha de rolagem ser insuportavelmente pequena. Só não admito que me julguem desequilibrada, ou com “probleminha” por isso. Criam heróis como exemplos para crianças, que ao primeiro momento de ciúmes do irmãzinho, inveja do coleguinha, a descoberta do poder que o dinheiro representa, tornam-se vilões, que continuam se achando mocinhos. Não tem como ser bom em uma sociedade onde os bons são massacrados. A razão some na selva que vivemos, e a humanidade torna-se uma fraqueza. Voltando ao fato do julgamento, eu que sempre torci para o Olhos-famintos, ri com o Coringa, pendurei posters de Dark Veider e sorri quando Loki negou os sentimentos, sigo minha vida em frente sem nem matar ou ferir uma mosca. Mas não digo o mesmo de muitos que sempre preferiram o super-homem, e hoje matam, ou fazem multidões sofrer sob um termo politico. O mais perto do herói que existe na realidade são os anti-heróis. Lamento, vou continuar admirando mais os vilões, e se todos me julgarem desequilibrada por isso, dane-se. Gosto dos vilões do cinema apenas, se eu admirasse a humanidade na realidade, ai sim seria completamente desequilibrada.

1 Responses to Mocinho ou vilão?

  1. Tawane Says:
  2. Ó céus! Confesso, os vilões me atraem; digo, suas estratégias tornam o filme mais interessante. O que seria do mocinho se não houvesse o vilão? - E na vida real, o que seria do dinamismo social sem a maldade?

     

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